Sob essa claridade

Dançar até chegar a terra sem males

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Sonho.

Kelly, eu acabo de sonhar com você.

Estou escrevendo conforme o sonho vai se esvaindo (e tomando outras formas?) no despertar.

Eu não lembro do começo claramente. Nem do final. Eu lembro que eu gostei muito desse sonho, e que eu definitivamente acho que ele é um sonho escrito pelo Alan Moore do meu subconsciente. Hehehhe. Uma vez que eu adormeci trabalhando em uma história trabalhando com algumas caracteristicas do estilo dele, faz sentido.

Alan Moore é um moço que escreve quadrinhos, e é um porra louca genial. Não nescessariamente nessa ordem.

Eu sonhei que você e eu encontravamos Deus, moça.
O que é engraçado por que eu tinha totalmente esquecido, até despertar, da sua (não tão) recem adquirida fé.

Eis como isso acontecia. Você e eu, acho que a gente estava em algum lugar tipo uma escola. Não era a estácio. Eu sentia mais semelhança entre esse lugar onde estavamos e a minha antiga escola em recife do que com a estácio. Mas também não era exatamente isso. Era um lugar aberto, grande, ao ar livre, com grama e arvores e com bastante gente passando e salas amplas com varias cadeiras como salas de aulas.

Eu não sei, de novo, exatamente como começou. Eu sei que algumas coisas não muito claras na minha memória aconteceram. Nós estavamos jogando RPG. Por que eu sou Nerd até no inconsciente. Eu não lembro sobre o que era a partida. Eu sei que eu narrava e você tinha uma personagem meio maluca, algo bem a sua cara. Eu tenho a impressão de que era algum tipo de história de super-héroi que estavamos jogando. O fato é que neste mundo imaginário do jogo (dentro desse mundo imaginário do sonho) havia uma porta que era uma passagem para um lugar, uma ilha. Era uma espécie de portal mágico de algum tipo. Para sua personagem, era um caminho conhecido. Ela já tinha estado lá antes... talvez o começo da história tenha sido quando ela, sua personagem, foi lá pela primeira vez ou algo assim. A porta levava diretamente para a presença de Deus. Não faço idéia de qual era a lógica disso na história do jogo, mas ela fazia muito sentido, dentro da absurdez própria do mundo de jogo.

O divertido é que a primeira vez que sua personagem esteve lá, eu narrei sua chegada lá e conversa com deus e tal. E tudo tinha o contexto do mundo do jogo e era tudo, digamos, faz de conta de RPG. A segunda vez, que era como se estivessemos chegando ao final da aventura, você estava indo para lá. Não sua personagem. Você. Aqui o jogo e o mundo 'real' do sonho começavam a se misturar de uma forma que a gente nem percebeu exatamente até chegar no preciso momento em que você estava se preparando para abrir a porta e encontrar com Deus. Até então o mundo do jogo ainda estava simplesmente sendo narrado por mim. Tinha sua personagem prestes a entrar junto com um pequeno grupo de dois ou três NPCs, você sabe, personagens do narrador. Um desses NPCs era seu 'guia', de quem você dependia para achar a porta de novo. Quando a porta estava lá e funcionando -- os personagens haviam encontrado a porta mas ela estava sendo uma porta ordinária. O que foi um problema e eles tiveram que tentar achar um jeito de ativar novamente o portal ou o que for. Você sabe. Coisas de aventuras -- você, no seu jeito brincalhão e nada sério, disse que ia se preparar para entrar lá de novo. Da ultima vez, aparentemente, você tinha encontrado um lugar com luz muito forte e uma musica constante. Que é uma visão não inovadora de como seria estar na presença de Deus. Sua idéia era se juntar ao coro, chegar cantando. Um pouco como galhofa, suponho, mas um pouco como, não sei, adoração, talvez. Esse é o ponto onde definitivamente os dois mundos se misturam, por que eu digo para você, como narrador do jogo e seu guia, "Mas isso foi como ela (a sua personagem) percebeu Ele. Para nós (Kelly e Vicente) as coisas vão ser diferentes."

Eu lembro que um pouco antes de chegarmos nesse ponto, prestes a abrirmos a porta, para ilustrar como as coisas foram se misturando aos poucos, você e eu estavamos jogando sentados em um banquinho do lado de fora, onde tinham pessoas passando, e você ficava desconfortavel e pedia para irmos jogar dentro de uma sala de aula, por que você teria vergonha de cantar lá fora. Veja bem, você, jogadora, teria vergonha de cantar, quando quem estaria de fato cantando era sua personagem no jogo... Até por que fora do jogo, de fato, nem eu nem você sabiamos qual era a letra da música por que a música foi descrita sem letra ou melódia. E aí então eu dizia para você que a música não estaria lá por que a música era a forma dela, não sua, experimentar aquilo. E eu começo a narrar a nossa passagem pela porta para a ilha onde encontrariamos Deus.

Deus para nós era um cara em uma praia em uma pequena ilha deserta. Ele sorria para nós e nos contava coisas que eu não lembro bem. O que eu lembro é que conforme eu narrava isso, nós deixavamos de estar na sala para estarmos lá, na ilha, conversando com deus. Em dado momento eu parava de narrar. Algo como "Então vocês atravessam a porta. A diferença de luz é muito grande, vocês fecham os olhos um pouco para adaptar (A luz estourava branca. Nós fechavamos os olhos) e sentem que estão pisando em areia fina (nós sentiamos a areia sobre nossos pés). Abrem os olhos (Nós abriamos) e vêem que estão em uma praia deserta exceto por vocês e Ele, que está sentado na areia com a água tocando os pés dele (e isso de fato era o que viamos, meio aos pedaços, misturado com o cenário anterior até tudo ser a praia). Vocês andam até Ele e Ele diz..." E nessa hora ele falava e eu parava de narrar. Até então eu estava praticamente sendo deus, não? Transformando a paisagem, transportando a gente. Tenho uma explicação da minha mente desperta para isso... Ora, encontrar deus é estar uno com ele, por tanto, minhas ações são ações dele também. Na verdade, toda uma longa explicação envolvendo sephiroths e tal, mas deixemos isso, aquele resumo tá bom demais.

Eu sei que ele falava para nós sobre a ilha. Sobre ficção e realidade. Sobre portas, e sobre musica. Ele até providenciava uma musica para você, por que você tava querendo tanto. Eu não lembro direito o que ele falou agora. Eu lembro que é a parte que eu achava particularmente mais Alan Moore'sca da história. Eu li uns trabalhos de Moore que lidavam com Magia e Divindades recentemente, então acho que é só meu inconsciente praticando o que meu consciente absolveu hehehehe. Uma coisa que ficou bem nitida na minha cabeça se deu por que um avião passava por cima da ilha. Isso deixava claro que a ilha não era um plano diferente, um reino divino fora da terra. Na verdade, era só uma ilha em algum lugar de algum dos nossos oceanos. E um de nós dois perguntava para Ele como as pessoas não o viam ali. Embora eu não lembre da resposta precisamente, ela era algo como "Como elas não me vêem em qualquer lugar?". Isso é bastante coerente com a minha visão de Deus...

Oh well. Foi um sonho gostoso. É divertido a imagem de 'alcançar a graça' por um jogo de RPG. Divertidissima, alias. Embora um tanto esquizoide, eu confesso. Deu um comichão mental o meu papel 'divino' de narrador... hey, entenda, Deus era um NPC da minha história!!!! NPCs são todos personagens do narrador. Deus era muito eu! Mas isso também é divertido (e caí na explicação dos sephiroths). Enfim, foi um sonho divertido.

Obrigado ao senhor Alan Moore pela inspiração ao meu inconsciente. Sua magica funcionou, cara :P

1 Comments:

At 3:25 PM, Anonymous Anônimo said...

Completamente eu no sonho...te amo, te amo muito, estou morrendo de saudades!

 

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